sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Eu não sei dançar tão devagar.

Engraçado é tentar começar um post de maneira séria e perceber que não, você não leva jeito pra coisa. Teu negócio é fazer os outros rirem, contar piada, alegrar o corredor. Difícil é ser assim, não é? Gostar de depressão é moda, tá na novela, junto com bulimia, dependência de drogas, gravidez precoce, essa coisa toda. Até mesmo quando penso que é uma merda ficar afundada na cadeira, entortando a coluna, só pra ficar "na linha" do monitor do laptop. Sinto falta do telão poderoso de 17''. Aquilo, sim, era alegria. Mas, enfim, a vida vai indo, na medida do possível. A gente sofre, toma porrada, sente saudade, acha que quer morrer e tal, mas desiste rapidinho. Imagine só se eu teria coragem de tomar chumbinho ou cicuta? Do jeito que sou, fico pensando no trabalho que daria pra meu pai e minha avó, tadinha, que teria que ajudar minha irmã e meu namorado a cuidar da cremação. "Estou sempre pensando em aparar o cabelo de alguém". Já falei pra levar meu corpo pra favela e dizer para os traficantes que eu era X9. Vai sair muito mais barato do que cremar no cemitério. Continuando, ao meu lado o armário está sendo serrado de forma muito barulhenta e uma criatura insiste em ficar escarrando (argh) de três em três minutos. Alergista vai bem, minha filha. Porra, não estão me deixando ouvir o Fletwood Mac! No meio do furdúncio, percebo que o curso da vida é mesmo sinuoso e tenho certeza de que a gente tem mais obstáculos do que alegria. Só que, se você é cagão e não curte suicídio, encontre aquele pedaço de empadão de queijo no meio da beterraba e está tudo certo.

OBS.: A vida pode sempre ser pior quando parece que o sujeito está serrando seu cérebro ao invés do armário.

2 comentários:

Nanda disse...

Consegue comentar, sim. Feio.

César disse...

"Dance bem, dance mal, dance sem parar. Dance bem, dance até sem saber dançar"

Que bom ter você de volta, meu amor. Seu humor e as suas sacadas fazem muita falta.

Beijoca.

César